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28 de abril de 2011

Flexibilizar

A questão agora é adequar o mundo àquilo que dele fizemos.
Já se fala (ainda só se fala) muito de como a escola está desadequada às nossas vidas e às necessidades de todos, é agora tempo de mudarmos também os nossos trabalhos. Adequá-los à realidade de cada um e da sociedade em geral.
É necessário aumentar a natalidade, todos sabemos. Mas, como?
Será mais uma vez à custa do mesmo?
Não! Não vou aqui fazer o apelo a uma guerra dos sexos. Não se trata de uma guerra entre homens e mulheres. Não senhora! Bem antes pelo contrário. Queremos ficar todos juntinhos e criar em conjunto os filhos que ambos decidimos ter. Mas a questão é mesmo essa: gerir a família e aquilo que a sustenta - o emprego.
Quando se tem filhos, especialmente quando se tem mais do que um ou dois, começa a fazer sentido um dos membros do casal ficar em casa. Em geral, o ordenado de um deles (por norma o da mulher) não compensa aquilo que se paga nas escolas particulares (porque AS ESCOLAS PÚBLICAS NÃO TÊM HORÁRIOS PARA OS PAIS QUE TRABALHAM A TEMPO INTEIRO), nas deslocações e refeições fora de casa que se tornam obrigatórias.
Assim, e quando se tem filhos, nota-se uma tendência crescente (?) para as mulheres que escolhem (escolhem?) ficar em casa.
Ao fazer esta escolha (é mesmo uma escolha?) começamos a ver o mundo de outra forma.
Verdade seja dita que enquanto os miúdos são muito muito pequenos, a mãe não pensa. A mãe alimenta, limpa, lava, transporta, brinca e educa mas não pensa. A mãe vai andando. Quando os miúdos largam as fraldas, a mãe começa levemente a lembrar-se de que é gente e que gostava disto e daquilo e costumava ír aqui e ali. Lembranças.
Quando os miúdos manuseiam o rato e fazem downloads de músicas (só dos legais, claro!) as mães de hoje sabem que têm de pensar qual o plano que querem seguir.
Nesta fase, é importante que o Mundo responda! Afinal, estivemos a criar os filhos que garantem a sustentabilidade de todos.
São poucas as mães que optam serenamente por ficar em casa felizes para sempre.
Depois de se ter uma vida activa, autónoma e financeiramente independente não é fácil trocar tudo isso por uma mão cheia de falta de objectivos e carreira profissional, de sociabilização e de perspectiva de uma reforma justa.
Na verdade, não vejo a mulher de hoje (não me vejo a mim) neste papel.
Por um plano B viável para as famílias de hoje
Para que as escolhas sejam de facto escolhas
Para os pais de hoje
Para as mães de hoje,
28 de Abril sempre!
(continua)

1 comentário:

  1. Aplaudo de pé!

    é tudo o que eu sinto e penso, tudo o que vivo!

    28 de Abril sempre!!!

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